TRABALHO SEGURO VIDA COMPLETA


Meio Ambiente do trabalho conceituação e prevenção de riscos


1. INTRODUÇÃO. 
Todo processo produtivo, pressupõe perdas,  perdas estas que normalmente passam ao meio ocupacional participado pelas máquinas  e operários, estas perdas podem ser por 
processos de fragmentação de substancias, solidas, gerando resíduos particulados e 
dependendo de suas dimensões, na forma de aerossóis, passam a disputar o ar respirável 
do trabalhador, podem ser ainda produtos de combustão, de processos, químicos, com 
escape de produtos gasoso para  o ambiente ocupacional, também competindo com os 
operários, e fatalmente culminando com sua absorção pelo organismo dos envolvidos.  
A Ventilação de operações, processos e equipamentos, dos quais emanam contaminantes, 
tem se tornado, mais modernamente, uma importante ferramenta no campo de controle da 
poluição do ar. O controle adequado da poluição do ar tem início com uma adequada 
ventilação das operações e processos poluidores da atmosfera, seguindo-se uma escolha 
adequada de um equipamento para a  coleta dos poluentes captados pelo sistema de 
ventilação. A ventilação tem sido utilizada tradicionalmente no campo da higiene do trabalho 
não só para evitar a dispersão de contaminantes no ambiente industrial como também para 
promover a diluição das concentrações de poluentes e para a manutenção e promoção do 
conforto térmico. Em qualquer dos campos  de utilização, a importância da ventilação 
industrial é de grande amplitude, e seus conceitos básicos devem ser bem conhecidos e 
sedimentados para possibilitar sua adequada utilização.

1.1. CONTROLE DE RISCOS OCUPACIONAIS.   
O controle de riscos ocupacionais e doenças profissionais e basicamente, uma função 
conjunta da engenharia e da medicina. O reconhecimento das doenças profissionais no 
ambiente ocupacional requer um  trabalho conjunto, a supervisão medica e o inicio de 
estudos para prevenir e erradicar as condições perigosas, são as ações pertinentes aos 
médicos e seus colaboradores, aos engenheiros e técnicos de segurança e aos profissionais 
de aplicações  nas áreas de higiene, segurança  e ventilação industrial, visando avaliar os 
riscos dos processos, a indicação e  o projeto de equipamentos que atendam as 
necessidades ocupacionais e de emissões externas após o tratamento do ar de controle.  
É essencial, portanto, que os diferentes profissionais responsáveis pelos controles de riscos 
compreendam claramente as funções dos demais  e se irmanem no intuito de resolver os 
problemas da melhor forma e permitir que os envolvidos nos processos industriais, tenham 
segurança e a saúde preservada no ambiente ocupacional
2. CLASSIFICAÇÃO FISICA DOS POLUENTES. 
2.1. POEIRAS. 
São partículas sólidas, em geral com diâmetros maiores que 1 mícron, resultantes da 
desintegração mecânica de substâncias orgânicas ou inorgânicas, seja pelo simples 
manuseio, seja em conseqüência de operações de trituração, moagem, peneiramento, 
broqueamento, polimento, detonação, etc. Como exemplo citamos poeiras de sílica, asbesto, 
 de cereais, de carvão, de metais etc. 
2.2. FUMOS.  
São partículas sólidas, em geral com diâmetros menores que 1 mícron, resultantes da 
condensação de vapores, geralmente após a volatilização de metais fundidos e quase 
sempre acompanhadas de oxidação. Ao contrário das poeiras, os fumos tendem a flocular. 
Os fumos podem formar-se pela volatilização de matérias orgânicas sólidas ou pela reação 
de substâncias químicas, como na combinação de ácido clorídrico e amoníaco.
2.3. NÉVOA. 
São partículas líquidas comumente com diâmetros entre 0,1 e 100 micros resultantes da 
condensação de vapores sobre certos núcleos, ou ocorrências como a nebulização, 
borbulhento, respingo etc. Como exemplo podemos citar: névoas de ácido crômio, de ácido 
súlfurico e de tintas pulverizadas.  
2.4. GASES E VAPORES. 
São substâncias que podem emanar de processos através de reações químicas ou de 
perdas do processo e passar ao ambiente ocupacional interagindo com os trabalhadores. 
3. CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA DOS AGENTES TÓXICOS. 
O tipo de ação fisiológica de um agente tóxico sobre o organismo depende da concentração 
na qual está presente. Por  exemplo, um vapor, numa determinada concentração, pode 
exercer sua principal ação como anestésico, enquanto que uma menor concentração do 
mesmo vapor pode,  sem efeito anestésico, danificar o sistema nervoso, o sistema 
hematopoético, ou algum órgão visceral. Por esse motivo, é impossível, freqüentemente, 
colocar-se um agente tóxico numa única classe. Patty (Engenharia de Ventilação Industrial 
Cap. 3) sugere a seguinte classificação. 
3.1. IRRITANTES  
São corrosivos vesicantes em sua ação. Tem essencialmente o mesmo efeito sobre homens 
e animais, e o fator concentração é muito mais importante que o fator tempo de exposição. 
Alguns irritantes representativos: 
a) Afetam principalmente o trato respiratório superior: aldeídos, poeiras e névoas alcalinas, 
amônia, ácido crômio, óxido de  etileno, ácido clorídrico, fluoreto de hidrogênio, bióxido de 
enxofre.
b) Afetam principalmente o trato respiratório superior e os pulmões:  bromo, cloro, óxidos 
clorados, flúor, iodo, ozônio, cloretos de enxofre, tricloreto de fósforo. 
c) Afetam principalmente o trato respiratório inferior:   bióxido de nitrogênio, fosfogênio, 
cloreto de arsênico.  
3.2. ASFIXIANTES 
Exercem sua ação interferindo com a oxidação dos tecidos. Podem ser divididos em simples 
e químicos. 
a) simples; gases inertes, agem por diluição do oxigênio atmosférico: Monóxido de carbono, 
etano, hélio, hidrogênio, metano, nitrogênio, óxido nitroso. 
b) químicos, impedem o transporte de oxigênio pelo sangue: Monóxido de carbono, 
cianogênio, cianeto de hidrogênio, nitrobenzeno, sulfeto de hidrogênio. 
3.3. NARCÓTICOS: 
Sua principal ação é a  anestésica, sem sérios efeitos sistêmicos, tendo ação sobre o SNC 
(Sistema Nervoso Central). São exemplos: hidrocarbonetos acetilênicos, hidrocarbonetos 
oleofínicos, éter etílico,  hidrocarbonetos parafínicos, cetonas alifáticas, álcoois alifáticas. 
3.4. TÓXICOS SISTÊMICOS 
Materiais que causam danos a um ou mais órgãos viscerais: a maioria dos hidrocarbonetos 
halogenados. 
Materiais que causam danos ao sistema hematopoético: benzeno, fenóis , e em certo grau, o 
tolueno, xilol e naftaleno.
Materiais que causam danos ao sistema nervoso:  dissulfeto de carbono, álcool metÍlico, 
tiofeno. 
Não metais tóxicos inorgânicos: compostos de arsênio, fósforo, selênio, enxofre e fluoretos. 
3.5 MATERIAL PARTICULADO NÃO TÓXICO SISTÊMICO 
Produzem doenças em local específico do organismo:
Poeiras que produzem fibrose: sílica, asbesto 
Poeiras inertes: carborundo, carvão. 
Poeiras que causam reações alérgicas: pólen, madeira, resinas e outras poeiras orgânicas. 
3.6. AGENTES  QUE CAUSAM DANO PULMÃO: 
São substâncias que causam dano aos pulmões, incluindo aquelas que não causam nenhum 
tipo de ação irritante, tais como poeiras de asbesto, causadoras da fibrose. 
As poeiras que fazem parte deste grupo podem se  tornar mais nocivas se contaminadas 
com bactérias ou fungos alergênicos, microtoxinas ou pólens. 
3.7. AGENTES GENOTÓXICOS: 
São substâncias que podem causar dano material genético: tais substâncias podem ser 
mutagênicas. 
3.8. AGENTES MUTAGÊNICOS:
São substâncias que podem causar mutações. Uma mutação é considerada como sendo 
qualquer modificação relativamente  estável no material genético, DNA  (Ácido 
Desoxiribonucléico). Muitas das substâncias mutagênicas também podem dar origem a 
câncer (carcinógenos) 
3.9. CARCINÓGENOS:
São substâncias que podem  produzir câncer, que é uma doença resultante do 
desenvolvimento de um tumor maligno e de sua invasão em tecidos vizinhos. 
Um tumor (neoplasma) caracteriza-se pelo crescimento do tecido, formando um grupo de 
células anormais no organismo. Um tumor maligno é composto de células que se dividem e 
se dispersam através do organismo.  
Um tumor benigno é aquele localizado e que não invade os tecidos vizinhos nem produz 
câncer. 
3.10. AGENTE EMBRIOTÓXICOS:
São substâncias capazes de induzir efeitos adversos na progênie durante o primeiro estágio 
da gravidez, ou seja, entre a concepção e a fase fetal. 
3.11. AGENTE TERATÓGENOS:
São substâncias que , em doses que não apresentem toxicidade materna, podem causar 
danos não hereditários na progênie. Estes  danos podem levar ao aborto. Após o 
nascimento, estes danos são denominados de  mal formações congênitas.
4. RISCOS DO PROCESSO  
O trabalhador no desempenho de suas atividades, esta sujeito aos riscos ocupacionais em 
função de sua ocupação, a NR 7 em seu bojo considera como riscos ambientais os físicos, 
os químicos e os biológicos, existentes no local de trabalho que em função de sua natureza, 
concentração, ou intensidade e tempo de exposição, sejam capazes de acusar danos à 
saúde do trabalhador.  
4.1.FÍSICO 
Os agentes físicos são as diversas formas de energia que possam estar expostos os 
trabalhadores, como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações 
ionizantes e não ionizantes, ultra som, infra som, etc.  
Alguns exemplos: Ruído, Iluminação, Pressões  anormais,  temperaturas extremas, frio ou 
calor,  Radiações ionizantes e não ionizantes, incêndios, e explosões. 
4.2.RISCOS QUÍMICOS 
Os agentes químicos são substancias compostas ou produtos que possam penetrar no 
organismo por via respiratória, dermica ou digestivas, podem estar na forma de: fumos, 
poeiras, neblinas névoas, gases ou vapores.     
São as contaminações a que está sujeito o trabalhador quando exposto aos agentes 
presentes no processo e que ocupam seu ambiente ocupacional. São os riscos causados 
principalmente pela exposição aos agentes emanados do processo de transformação como: 
poeiras, fumos, névoas.   
4.3. RISCOS BIOLÓGICOS  
São os riscos causados por: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus entre 
outros. 
Riscos por exposição a agentes biológicos, em unidades de processamento com genética, 
hospitais, laboratórios de análises e de produção, em nosso caso veremos apenas os 
agentes decompositores causadores de gases venenosos.
Estes riscos quando em uma planta industrial passível de decomposição orgânica, tem 
causado inúmeras mortes e intoxicações  graves, e é facilmente solucionada com um 
processo de ventilação que mantenha a taxa de oxigênio respirável dentro dos padrões para 
o trabalhador que ingresse na área. 
5. MECANISMOS DE PENETRAÇÃO NO ORGANISMO HUMANO. 
5.1.ABSORÇÃO 
 O poluente Ocupacional, ao entrar em contato  com a pele, órgão de maior superfície do 
corpo humano, pode ser absorvido causando diversas formas de alergias, ulcerações, 
dermatoses e outras doenças ocupacionais que atingem este tecido.  
5.2.INALAÇÃO. 
O trato respiratório é a via mais importante pela qual os agentes químicos entram no 
organismo. A grande maioria das intoxicações ocupacionais que afetam a estrutura interna
do corpo é ocasionada por se respirarem substâncias contidas no ar. Essa substâncias 
podem ficar retidas nos pulmões ou outras partes do trato respiratório e podem afetar esse 
sistema, ou passar através dos pulmões a outras partes do organismo, levadas pelas células 
fagocitárias. 
A relativa enorme superfície do pulmão (90 m
2
 de superfície total e 70 m
2
 de superfície 
alveolar), em conjunto com a superfície capilar (140 m
2
), com seu fluxo sangüíneo contínuo, 
exerce uma ação extraordinária de absorção de determinadas substâncias presentes  no ar 
inspirado. Apesar dessa ação, existem diversas substâncias industriais importantes que, 
mediante uma combinação firme com os componentes do tecido pulmonar, evitam sua 
solubilização pelo sangue ou a redução fagocitárias. Por exemplo, sílica e berílio. Nesses 
casos de resistência à solubilização ou à remoção, pode-se apresentar irritação, inflamação, 
fibrose, alterações malignas e sensibilização alérgica
do corpo é ocasionada por se respirarem substâncias contidas no ar. Essa substâncias 
podem ficar retidas nos pulmões ou outras partes do trato respiratório e podem afetar esse 
sistema, ou passar através dos pulmões a outras partes do organismo, levadas pelas células 
fagocitárias. 
A relativa enorme superfície do pulmão (90 m2 de superfície total e 70 m de superfície alveolar), em conjunto com a superfície capilar (140 m2), com seu fluxo sangüíneo contínuo, 
exerce uma ação extraordinária de absorção de determinadas substâncias presentes  no ar 
inspirado. Apesar dessa ação, existem diversas substâncias industriais importantes que, 
mediante uma combinação firme com os componentes do tecido pulmonar, evitam sua 
solubilização pelo sangue ou a redução fagocitárias. Por exemplo, sílica e berílio. Nesses 
casos de resistência à solubilização ou à remoção, pode-se apresentar irritação, inflamação, 
fibrose, alterações malignas e sensibilização alérgica
No duodeno, onde o PH varia de 12 a 14, dada à presença de soda cáustica (Na OH) e sais 
biliares, os agentes tóxicos solúveis em água e cujas moléculas não são grandes, podem ser 
absorvidos. A saponificação de substâncias no duodeno pode levar a uma parcial 
assimilação das mesmas. 
No intestino grosso, as substâncias solúveis em água podem ser absorvidas, e a ação de 
bactérias pode levar à formação de moléculas assimiláveis. 
A via digestiva contribui, em forma passiva, para a ingestão de substâncias tóxicas inaladas. 
A porção que se deposita na parte superior do trato respiratório é arrastada para cima pela 
ação ciliar, e é posteriormente engolida, ingressando no organismo. 
Resumindo, a absorção de um tóxico pelo sangue, através do trato gastrointestinal é baixa, 
devido aos seguintes fatores: 
Os alimentos e líquidos misturados com o tóxico, contribuem para diluí-lo, e reduzem a sua 
absorção, devido à formação de material insolúvel. 
O intestino possui certa seletividade que tende a impedir a  assimilação de substâncias, ou 
limitar a quantidade absorvida. 
Depois de ser absorvido pela corrente sangüínea,  o material tóxico vai diretamente ao 
fígado, que, metabolicamente altera, degrada e torna inócua a maior parte das substâncias. 
6.  MAPA DE RISCOS. 
O mapa de riscos da empresa contemplado no PPRA deve levar em conta todos os riscos 
do processo e em base destes todos os particulados, gases vapores causadores de 
emissões ocupacionais que gerem adicional de insalubridade, ou de periculosidade, devem 
merecer estudo que contemple coletivamente todos os ambientes com um eficiente e bem 
dimensionado sistema de controle de exaustão localizada.  
6.1. MATÉRIA PRIMA. 
O estudo das matérias primas são de  fundamental importância, uma vez que o 
conhecimento de suas  características físico químicas, já nos dão alem dos procedimentos 
de manuseio e estocagem, informações quanto as suas propriedades no processo.   
6.2. IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS. 
Identificar, qualificar e quantificar os riscos, é função do engenheiro de segurança, 
acessorado pelos técnicos de segurança, bem como os profissionais envolvidos no processo 
produtivo, estes elementos é que darão a base cientifica para um programa de implantação 
das medidas coletivas no ambiente ocupacional.  
6.3. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL 
Federal, Estadual ou Municipal e MTB. 
A preocupação final é atender aos padrões fixados pelas autoridades competentes, 
descartando no mínimo o valor teto, evitando-se, deste modo, as demandas judiciais que 
hoje inundam os tribunais. Estas simplesmente deixarão de existir porque não haverá 
fundamento legal para embasar o processo. 
Quanto ao ambiente interno onde estão os trabalhadores expostos, devem ser observadas 
as Normas Regulamentadoras, especificamente a NR 15. que define os limites máximos que 
pode estar exposto o operador, sem o comprometimento de sua saúde. 
Após o tratamento adequado o ar carreador,  ao ser descartado na atmosfera, devera 
obedecer aos padrões preconizados pelos órgão controladores, Ibama e os Estaduais. 
7. PROTEÇÀO DO TRABALHADOR. 
Como vimos, através dos anos após o advento  da revolução industrial, o trabalho, trouxe 
problemas aos operários, que de alguma forma precisaram precisaram ser protegidos, para 
manter um mínimo de integridade durante sua jornada de trabalho, os conceitos que nos 
chegaram e adotados pelas normas regulamentadoras são: 
7.1.EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. 
Os trabalhadores em função de suas atividades deverão estar protegidos por EPI, de 
acordos com as NR.
Os Equipamentos de Proteção Individual, deverão ser especificados em função da atividade 
e por profissionais conhecedores de suas características e normas regulamentadoras. 
Segundo a nova legislação de aposentadorias especiais, o ônus de seu financiamento 
é para as atividades comprovadamente de  riscos ambientais definidos no decreto 
2172 anexo IV,   e a empresa ao fornecer EPI, para seus funcionários, esta atestando sua
responsabilidade no processo e pagando por isso  através da “alíquota de financiamento”, 
sendo doravante responsabilizada pelos casos em tela.  
7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO  
7.1. COLETIVA. 
A proteção coletiva visa resguardar a todos os envolvidos no processo bem como as 
instalações do complexo, pois algumas formas de contaminantes podem causar danos ao 
patrimônio quando mal administrados, como é o caso de incêndios e explosões de grandes 
dimensões com mortes e estropiados, paralisações etc. 
Neste trabalho, nos ateremos aos controles de riscos passíveis com processos de ventilação 
industrial. 
7.1.1. VENTILAÇÃO INDUSTRIAL. 
INTRODUÇÃO 
A Ventilação de operações, processos e equipamentos, dos quais emanam contaminantes, 
tem se tornado, mais modernamente, uma importante ferramenta no campo de controle da 
poluição do ar. O controle adequado da poluição do ar tem início com uma adequada 
ventilação das operações e processos poluidores da atmosfera, seguindo-se uma escolha 
adequada de um equipamento para a  coleta dos poluentes captados pelo sistema de 
ventilação. A ventilação tem sido utilizada tradicionalmente no campo da higiene do trabalho 
não só para evitar a dispersão de contaminantes no ambiente industrial como também para 
promover a diluição das concentrações de poluentes e para a manutenção e promoção do 
conforto térmico. Em qualquer dos campos  de utilização, a importância da ventilação 
industrial é de grande amplitude, e seus conceitos básicos devem ser bem conhecidos e 
sedimentados para possibilitar sua adequada utilização. 
7.1.2. VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA
A ventilação geral diluidora  é o método de insuflar ou exaurir ar em um ambiente 
ocupacional, ou ambos, afim de promover  uma redução na concentração de poluentes 
nocivos. Essa redução ocorre, uma vez que, ao introduzirmos ar limpo, ou não poluído, em 
um ambiente contendo certa massa de um determinado poluente, faremos que essa massa 
seja dispersada ou diluída em um volume maior de ar, reduzindo, portanto, a concentração 
desses poluentes. A primeira observação a ser feita é a de que esse método de ventilação 
não impede a emissão dos poluentes para o ambiente de trabalho, mas simplesmente dilui 
esses poluentes.
A alternativa a esse tipo de ventilação é a ventilação local exaustora (vista em seguida), que 
capta os poluentes junto à fonte de emissão antes que sejam  emitidos para o ambiente 
ocupacional. Este último método é sempre preferível à ventilação geral diluidora, 
especialmente quando o objetivo do sistema de  ventilação é a proteção e saúde do 
trabalhador. 
Em casos onde não é possível ou não é viável a utilização da local exaustora, a ventilação 
geral pode ser usada. Os objetivos de um sistema geral de ventilação geral diluidora podem 
ser: 
Proteção à saúde do trabalhador - reduzindo a concentração dos poluentes nocivos abaixo 
de um certo limite de tolerância biológica; 
Segurança do trabalhador e do patrimônio- reduzindo a concentração de poluentes 
explosivos abaixo dos limites de explosividade e de infalibilidade; 
Conforto e eficiência do trabalhador - pela manutenção da temperatura e da umidade do ar 
do ambiente. 
Proteção de materiais e equipamentos - mantendo condições atmosféricas adequadas 
(impostas por motivos tecnológicos). 
A ventilação geral pode ser fornecida pelos seguintes métodos: 
Insuflação e exaustão naturais. 
Insuflação mecânica e exaustão natural. 
Insuflação natural e exaustão mecânica. 
Insuflação e exaustão mecânicas. 
7.1.3. VENTILAÇÃO LOCAL EXAUSTORA. 
As medidas de ventilação local exautora nos  processos de geração de pó, além de usar 
menores vazões, evitam que o pó se disperse no ambiente, formando depósitos indesejáveis 
sobre estruturas, tubulações e  muitos outros locais de difícil acesso, porém, com enorme 
potencial de incêndio e explosões. 
Desta forma, medidas devem ser observadas no sentido de se adequar um eficiente sistema 
exaustor para os locais onde haja formação de pó. Estas medidas quando tomadas na fase 
projeto são as que melhor satisfazem, além de minimizar o custo  de implantação, pois 
evitam arranjos improvisados  e pouco eficientes, entretanto em uma planta existente, um 
bom projetista poderá com bom senso conciliar sistemas seguros.  
O destino dos pós capturados devem ser objeto de estudo entre a empresa e o projetista em 
função de seu aproveitamento ou descarte. 
É importante também nesta fase conciliar o problema das emissões, após o tratamento, pois 
estes, quando não atendam aos padrões legais, poderão ser objeto de demandas judiciais, 
pela comunidade vizinha às instalações. 
A ventilação local exaustora tem como objetivo principal a proteção da saúde do trabalhador, 
uma vez que capta os poluentes de uma fonte (gases, poeiras, vapores etc.) antes que os 
mesmos se dispersem no ar do ambiente de trabalho, ou seja, antes que atinjam a zona de 
respiração do trabalhador. 
De forma indireta, a ventilação local exaustora também influi no bem estar, na eficiência e na 
segurança do trabalhador, por exemplo, retirando uma parcela do calor de convecção 
liberado por fontes quentes que  eventualmente existam. Também no que se refere ao 
controle de poluição do ar na comunidade,  a ventilação local exaustora tem papel 
importante. A fim de que os poluentes emitidos por uma fonte possam ser tratados em um 
equipamento de controle de poluentes (filtros, ciclones, lavadores, precipitadores etc.), eles 
têm que ser capturados e conduzidos a esses equipamentos, e isso, em um grande número 
de casos, é realizado por um sistema de ventilação local exaustora.  
Um bom sistema de ventilação visa equacionar o problema, sob os aspectos de segurança 
contra incêndios e explosões, higiene ocupacional, e controle de emissões externas, sem 
deixar de apresentar, porém, um custo final viável e adequado em que, cuidados devem ser 
tomados para que se atinja o equacionamento do problema devendo a solução correta das 
medidas senadoras abrangerem os diversos parâmetros legais. 
7.3. CUIDADOS NO PROJETO
Entre os cuidados a observar quando se projetar um sistema de ventilação local exaustora, 
para evitar surpresas podemos citar: 
7.4. ESTADO FÍSICO DO POLUENTE 
Para a coleta de gases e vapores, os equipamentos de controle mais usualmente utilizados 
são as torres de absorção, os leitos de adsorsão, os condensadores e os incineradores. A 
coleta de material particulado, sólido ou liquido, é em geral feita com coletores inerciais, 
coletores centrífugos, lavadores,  filtros e precipitadores eletrostáticos, porém devem ser 
observadas as características de poluente. 
7.5. GRAU DE LIMPEZA DESEJADO  
A eficiência de coleta, em função  dos regulamentos limitantes da quantidade do poluente 
emitido que pode ser emitida, é um dos fatores importantes a ser considerado. A eficiência 
dos equipamentos de controle dependem de várias propriedades do poluente e do gás 
carreador.  A escolha deve ser feita em função do que é requerido em termos de eficiência 
final do sistema. 
7.6. CARACTERÍSTICAS DO POLUENTE. 
7.6.1. COMPOSIÇÃO QUÍMICA 
Só merece consideração quando afeta as propriedades físicas e químicas do gás carreador. 
As propriedades químicas são importantes quando há a possibilidade de ocorrerem reações 
químicas entre o gás carreador, o contaminante e o coletor. 
7.6.2. TEMPERATURA 
As principais influências da temperatura são  sobre o volume do gás carreador e efeitos 
sobre os materiais de construção do coletor. O volume tem conseqüências sobre o tamanho 
do coletor que, dessa forma, provocará alterações no custo do equipamento. A temperatura 
também afetará a viscosidade e  a densidade, que, por sua vez, afetará o rendimento da 
coleta. 
7.6.3. VISCOSIDADE 
As principais influências da viscosidade se  relacionam com  o aumento da potência 
requerida para ignição, e com a alteração que  provocará na eficiência em  coletar do 
material particulado, empastando o equipamento e tornando difícil sua manutenção.   
7.6.4. UMIDADE 
Alta umidade contribui para empastamento das partículas sobre o coletor, principalmente 
coletores inerciais, centrífugos e filtros, provocando seu entupimento. Pode, ainda, agravar 
os problemas de corrosão, além de ter grande influência sobre a resistividade elétrica das 
partículas e, portanto, em sua precipitação eletrostática. Em adsorsão, pode agir como fator 
limitantes da capacidade do leito se este absorver  vapor de água. 
7.6.5. COMBUSTIVIDADE. 
Quando um gás carreador é inflamável ou explosivo, algumas precauções  especiais devem 
ser tomadas. A principal é assegurar que se esteja acima do limite superior de explosividade 
ou abaixo do limite inferior de explosividade  da mistura. Nesses casos, lavadores são 
preferidos para a captura e  separação dos poluentes, e precipitadores eletrostáticos 
raramente usados. 
Importante também, é existir a possibilidade de se eliminar os de poluentes por incineração, 
sendo, portanto mais um fator a considerar a fim de serem evitados os riscos de explosão. 
7.6.6. REATIVIDADE QUÍMICA 
A reatividade química é importante em alguns casos, como por exemplo, quando se filtra um 
gás contendo compostos de flúor com filtros de lã de vidro, o que danifica os mesmos. Em 
geral, deve-se evitar que haja reação entre o gás e o coletor, de formas a não danificá-lo.
A reatividade química constitui-se num  fator que pode ser utilizado na coleta do 
contaminante, por exemplo, na absorção química. Contudo, pode criar problemas quando, o 
contaminante reage com o material de construção do coletor danificando o mesmo. 
7.6.7. CARGA 
A carga elétrica, ou concentração do poluente, na entrada do equipamento de controle, e 
suas variações, afetam diferentemente os diversos tipos de coletor. Assim é que, a eficiência 
de coleta de ciclones aumenta com a carga, mas cresce também a possibilidade de 
entupimento daqueles. Alguns equipamentos exigem até mesmo a presença de preseparadores, para evitar a sobrecarga na operação.
7.6.8. HIGROSCOPICIDADE 
É importante por influir na  possibilidade de entupimento (principalmente em coletores 
inerciais, centrífugos e filtros) por formação de pasta devido à absorção de umidade pelas 
partículas. 
7.7. CAPTOR 
Um bom captor é aquele que consegue aspirar o máximo de substâncias presentes, com a 
menor vazão de ar, pois isto implica no porte do equipamento, potência absorvida e tamanho 
dos dutos de transporte, sendo, entretanto,  indispensável que capture o máximo de 
substâncias indesejáveis. Deve também  ser projetado para não prejudicar a operação, 
manutenção e visibilidade do operador, observando-se, porém, que as  concentrações 
fiquem fora dos limites de explosividade. 
Os captores podem ser;  
7.7.1. enclausurastes: este tipo possui todos os lados fechados, inclusive o teto, tendo 
apenas a saída dos poluentes por duto. 
7.7.1.2. podem constituir-se em cabinas fechadas, semelhantes ao enclausurante, porém 
nestes o operário trabalha confinado dentro da mesma. 
7.7.1.3.  captores podem ainda ser do tipo local, sendo colocados do lado de fora da fonte 
dos poluentes. Tais captores incluem aberturas na sucção, localizadas próximas a zona de 
emissão dos poluentes, em processos  ou operações poluidoras que não permitem o 
enclausuramento. 
A vazão do ar exaurida pelo captor deve ser tal, que seja capaz de arrastar todos os 
poluentes gerados pela fonte, mas não tão elevada que possa arrastar a matéria prima do 
processo. 
7.8. REDE DE EXAUSTÃO:
A tubulação condutora do ar dos pontos  ao sistema de separação deve ser bem 
dimensionada, para que não haja depósitos de material ao longo da mesma, nem que haja 
formação de eletricidade estática; deve ser provida de janelas de segurança e portas de 
inspeção. As velocidades de controle devem ser bem definidas para não usar potência em 
demasia, nem tão baixas que  impliquem na ocupação de grandes áreas.  Devem ser 
resistente aos esforços mecânicos das pressões envolvidas, dilatações, aterramento, etc. 
Deve ser ainda equilibrada com raquetes ou diafragmas para que o fluxo de ar seja 
compatível em qualquer posição da linha
7.9. EQUIPAMENTO DE SEPARAÇÃO: 
Estado físico do poluente  
Chamamos a atenção aos elementos do projeto relativos ao comportamento de materiais 
que são capturados em um sistema de ventilação local exaustora, sendo que as mesmas 
recomendações são válidas para o projeto dos separadores  ou coletores dos poluentes, 
deve ser compatível e seguro quanto ao produto em questão, estar localizado fora do 
ambiente fabril, ser seguro contra explosões e incêndios. 
Os poluentes exauridos do ambiente de trabalho necessitam serem tratados de forma 
adequada  para evitar sua emissão na atmosfera, criando problemas de poluição aérea.  
A coleta do poluente pode ser feita por  uma série de equipamentos projetados 
especificamente para este fim. A escolha do equipamento de controle que melhor atenda ao 
processo dependerá das propriedades  do poluente, ver cuidados em  estado físico do 
poluente e tradicionalmente é definido pelo bom senso do projetista, que verificará se tal 
equipamento adequar-se não só a realidade econômico-financeira da empresa, como se é 
compatível com o momento  em que o país vive, sem esquecer das emissões que são 
controladas por órgão ambientais locais e federais.  
  
7.9.1.  VIA SECA: 
Os equipamentos via seca, visam capturar o resíduo em sua forma original para posterior 
aproveitamento. Na indústria  de rações há locais de interesse, devido ao custo da matéria 
prima envolvida, Podendo, ainda, ser capturados nesta forma, por requererem equipamentos 
mais simples, como as câmaras inerciais,  os ciclones separadores, etc. Em casos mais 
sofisticados, onde o beneficio justifique, podem-se usar equipamentos mais nobres, como os 
precipitadores eletrostáticos, os filtros de mangas com limpeza a jato pulsante, etc. 
A literatura técnica, bem como nos fabricantes destes equipamentos existem 
recomendações e experiência para defini-los, quanto a eficiência de coleta, suas 
características físico químicas, e outros itens de interesse da planta. 
7.9.2.  VIA MISTA: 
Materiais de fina granulometria e de baixa densidade, apresentam dificuldade de separação 
nos equipamentos tradicionais, deixando passar à atmosfera externa grande quantidades de
finos, causando indesejáveis emissões. Nestes casos, nossa recomendação é abater o 
máximo via seca, que será recuperado para o processo, e o resíduo tratar via úmida para 
atender aos padrões de emissão. 
7.9.3.  VIA ÚMIDA: 
Materiais finamente pulverizados ou gasosos,  que não apresentem interesse comercial de 
aproveitamento, devem ser sempre que possível, em função de suas características físicoquímicas serem tratados com lavagem. Para tal, a literatura clássica possui uma grande 
gama destes equipamentos, e que são os de menor custo inicial e operacional. 
8.  OBSERVÂNCIA DAS EMISSÕES EXTERNAS 
A preocupação final é atender aos padrões fixados pelas autoridades competentes, 
descartando no mínimo o valor teto à atmosfera externa ao processo, evitando-se, deste 
modo, as demandas judiciais que  hoje inundam os tribunais. Estas simplesmente deixarão 
de existir porque não haverá fundamento legal para embasar o pedido. 
Conforme legislação, Federal, Estadual ou Municipal e do Ministério do Trabalho, os 
ambientes internos tem que ser salubres, e os externos preservados contra emissões 
indesejáveis. Face a isto, a preocupação  final é atender aos padrões fixados pelas 
autoridades competentes, quanto às emissões aéreas.  
Quanto ao ambiente interno onde estão os trabalhadores expostos, devem ser observadas a 
Norma Regulamentadora, especificamente a NR 15 que define os limites máximos que pode 
estar exposto o operador durante sua jornada de trabalho, sem o comprometimento de sua 
saúde e integridade física.